No prelo: Bernardine Evaristo revisita a história da escravidão em uma poderosa sátira sobre raça e poder

 DIVULGAÇÃO 
02/11/2025 

E se a história tivesse sido escrita ao contrário? Em Raízes loiras, que chega agora ao Brasil, Bernardine Evaristo ― vencedora do Booker Prize por Garota, mulher, outras ― leva essa pergunta às últimas consequências. Publicado originalmente em 2008, o romance imagina um mundo em que a África se tornou o continente dominante do planeta e são os povos europeus que foram submetidos, traficados e escravizados.

A trama acompanha Doris Scagglethorpe, uma menina inglesa de dez anos que vive com a família na zona rural até ser sequestrada e levada por navio à Grande Ambossa. Lá, perde o próprio nome ― rebatizada como Omorenomwara ― e passa a viver sob violência constante, reduzida a propriedade. Enquanto enfrenta abusos físicos, morais e psicológicos, ela alimenta um único desejo: escapar e voltar para casa.


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“Uma história extremamente inventiva que provoca debates importantes, desafiando percepções fundamentais sobre raça, cultura e história.” (Independent) 


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Com ironia, precisão formal e desconforto calculado, Evaristo desmonta hierarquias raciais, expõe o absurdo das justificativas históricas e nos força a olhar de outro ângulo para o que naturalizamos. Raízes loiras não é apenas uma ficção criativa: é um espelho invertido do horror colonial, que devolve ao leitor o estranhamento capaz de revelar a violência que estruturou o mundo que herdamos.


Companhia das Letras
312 páginas